Ritos da Introdução Social

Uma das coisas que eu acho mais curiosas nas relações são o conjunto de ritos da introdução social. Já parou para pensar o quanto algumas perguntas ou costumes podem ser  no mínimo estranhos, até mesmo perigosos, ou no mínimo engraçados?

Oi! Tudo bom? :D

Vamos revisitar o processo do "Conhecendo alguém novo". Primeiro, independente de quem seja a pessoa ou de qual seja o seu humor no dia, você precisa ser simpático e fazer o tradicional "Oi, tudo bom?" Mesmo que você não tenha o mínimo interesse em saber se está tudo bem com ela. E mesmo se você tivesse, faz parte do costume não responder, ou sempre responder "tudo" com um sorriso para indicar simpatia.

Add Friend (y/n)

Depois começam as perguntas chatas e que você deve começar a tomar alguns cuidados para não fornecer informação demais. Por exemplo, o seu nome. Se você disser seu nome e sobrenome, pode aguardar um convite de amizade chegando no seu Facebook em até dois dias. Talvez essa pessoa nem queira interagir com você, mas se trocaram algumas palavras, a etiqueta manda: add friend! Provavelmente será mais uma daquelas bolinhas verdes no seu chat que você nunca clica.

Onde você mora?

Eu não sei se em outras cidades funciona assim também, mas, aqui em Salvador, as pessoas são muito curiosas, ou enxeridas mesmo. Acabam de conhecer você e já querem saber onde você mora! E eu sempre travo nesse momento do rito porque não consigo achar normal. A única coisa que passa em minha cabeça é "espero que eu more bem distante de você para que nunca apareça na minha casa".

Como assim onde eu moro? Que isso?

Olha só! Somos vizinhos

Depois do susto, a depender de quem seja, você acaba dizendo onde você mora, afinal, lembra que isso é tipico em sua cidade. Mal se recupera de um baque e vem outro! "Nossa, moro pertinho de você. Qualquer dia dou uma passada lá em sua casa." Não! Eu só sei o seu nome e você já quer se infiltrar na minha casa? E o pior é que você nem pode demonstrar o seu desespero, porque pode ofender a pessoa que ainda nem conhece direito e quebrar todo o processo de interação social. 

Não! Não entra na minha casa! Não entra na minha vida!

Blablabla ZZZzzz... fim!

Para não fazer um corte brusco, você precisa conversar mais uns 10 minutos com a pessoa e manter uma taxa de entretenimento estável. Na verdade, o papo já acabou, só que não. Este é o momento que você já não tem mais nada para falar e está doido para ir embora. Então, o que resta? Ouvir! Escute atentamente as histórias da pessoa desconhecida na sua frente e demonstre interesse. 

Cuidado! Nessa hora bate fome, sede, sono, formigamento do pé, ânsia de vômito, TUDO! Mas, lembre-se, está tudo bem com você e logo aparecerá algum amigo para tirar você dessa enrascada. Ou não, por isso, seja forte e não durma. Finalize dizendo que foi um prazer, faça um último esforço para um sorriso e pronto, acabou. Now you are friendzzzzzzz :D

Interessantezzzzzzzzzzzzzzzz...